quinta-feira, 28 de junho de 2012

Dia do Orgulho LGBT!

Muito se fala, neste dia 28 de Junho, sobre os festejos, debates e manifestações que relembram o motivo das primeiras marchas e paradas contra a ação agressiva e preconceituosa com pessoas LGBTs: o combate dno bar Stonewall Inn, bar nova-iorquino de encontro gay. Em 1969 o bar foi invadido por policiais, quem prenderam todos os frequentadores sem razão aparente, o que motivou as manifestações públicas.





Imagens dos protestos de Stonewall Inn

Em São Paulo, em fins da década de 70 e início da década de 80, ainda nos primeiros passos da reabertura política, um delegado era conhecido por ações semelhantes, arbitrárias e violentas: Richetti. Isso também motivou manifestações na região da Praça da República e Largo do Arouche, até hoje conhecido como espaço de sociabilidade LGBT.

Mas pouco se fala do ocorrido no Ferro's Bar. Localizado na esquina das ruas Martinho Prado e Avanhadava, era frequantado por mulheres lésbicas militantes que, em 1983, foram impedidas de venderem os jornais do Grupo de Ação Lésbica Feminista. Isso ocorreu em 19 de Agosto e as mulheres també protestaram na rua en frente ao bar, mesmo com a esperada repressão policial.

Pouco lembrada, a ação no Ferro's Bar faz parte da história dos movimentos de contestação LGBTsem São Paulo  eno Brasil e trazem para o centro personagens que comumente não são lembrad@s: as mulheres lésbicas, invizibilizadas pelo discurso de senso comum que alocam gays como o centro da ação política nacional (seja nos ditos "Parada Gay" ou "Dia do Orgulho Gay").

Imagem do protesto em frente o Ferro's Bar


Lembrar do Ferro's Bar, hoje um espaço vazio na frente da Sinagoga Beth-El, histórica na cidade, é recolocar as lésbicas no centro do debate e valorizar a alteração da sigla acordada na última Conferência Nacional GLBT. Ainda na região há bares e locais de encontro de mulheres lésbicas.

Nós, pessoas LGBTs, devemos, hoje e em todos os dias, nos orgulhar de sermos lésbicas e atuantes!

Viva 28 de Junho!

28ª Reunião Brasileira de Antropologia



Pessoal,

Após um hiato o blog volta à ativa! E já indicamos o principal evento antropológico nacional, a ser realizado entre os dias 02 e 05 de Julho na PUC de São Paulo. A maior parte das mesas, grupos de trabalho, simpósios e conferências só podem ser acompanhados mediante inscrição prévia, mas há toda uma programação pré e pós evento aberta, gratuita e livre para tod@s @s interessad@s!

Destacamos abaixo a programação preparada para este final de semana, os dias 30/06 e 01/07: Workshop Estudos Antropológicos sobre Sexualidade: tendências, intersecções e fronteiras

Abaixo o release do evento. Mais informações, outros eventos abertos e a programação completa em http://sistemasmart.tempsite.ws/rba/

Imperdível!

PE04 - Workshop Estudos Antropológicos sobre Sexualidade: tendências, intersecções e fronteiras
Coordenação: Laura Moutinho (USP), Regina Facchini (UNICAMP), Sérgio Carrara (UERJ)
Desde a Constituição de 1988, vêm se expandindo no Brasil uma legislação e uma jurisprudência contra diversas formas de discriminação, possibilitando o acesso das chamadas “minorias” à justiça e, particularmente, aos direitos sociais. O discurso jurídico vem se transformando não somente através da incorporação de novas definições, mas igualmente de novos recursos e personagens, em um quadro que ganhou especial impulso desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Um dos pontos altos deste processo foi, por exemplo, a mobilização em torno do decreto presidencial de novembro de 2007, pelo qual o Presidente Luis Inácio Lula da Silva convocou a I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que ocorreu em junho de 2008, em Brasília. O Brasil não se encontra isolado neste campo. As mudanças ora em andamento devem ser compreendidas no contexto mais amplo que remonta ao fim da Segunda Guerra Mundial, com a criação da ONU (e o novo tipo de diplomacia que a seguiu) e a divulgação da Declaração dos Direitos Humanos, de 1948. O entrecruzamento de novos temas e sujeitos vem, concomitantemente, ganhando espaço no campo político. Especialmente a partir do um processo de inflexão que marca o cenário global através de inúmeros diplomas internacionais, como a Convenção 169 da OIT (1989), Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo 1994), a 4ª Conferência Mundial da Mulher (Beijing, 1995), a Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata (Durban, 2001). Neste amplo e complexo campo, faz-se ainda necessário considerar a ação eloqüente de agências de cooperação internacional no incentivo à luta por direitos e à produção de dados e pesquisas. Em sua ação multifacetada e polifônica, a produção antropológica vem desempenhando um importante papel neste cenário, que ainda não foi devidamente mapeado e analisado, especialmente no que tange à produção de pesquisas e reflexões sobre sexualidade. Nesta primeira década do Século XXI, uma grande quantidade de dados e conhecimentos heterogêneos vem sendo produzida. Temos assistido tanto ao reconhecimento e à legitimação do tema em cenários antes refratários ao seu desenvolvimento quanto a um reposicionamento dos próprios sujeitos do conhecimento, tendo em vista o frequente entrecruzamento das agendas acadêmica e política. Formas antigas de se compreender a abrangência e amplitude da sexualidade vêm sendo re-semantizadas, grupos de trabalhos e mesas redondas proliferaram nos principais congressos da área. Instituições e centros de pesquisa foram criados em articulação com novos e antigos programas de pós-graduação, que vêm igualmente fomentado novas linhas de pesquisa - eventualmente consubstanciadas em grupos de pesquisa do CNPq. Faz-se ainda necessário considerar como outras iniciativas relevantes para o desenvolvimento e institucionalização das pesquisas sobre sexualidade no país, os editais específicos lançados pelo CNPq, bem como programas que estimulam parcerias institucionais entre diferentes regiões do Brasil, como o PROCAD, proposto pela CAPES. Neste sentido, este workshop tem como objetivo produzir um mapa das tendências e principais linhas de força que vêm constituindo o campo dos estudos antropológicos sobre sexualidade no Brasil. Serão considerados os seguintes itens e questões: - Recuperação do processo de insersão e visibilização da temática na programação de encontros científicos nacionais e balanço dos temas, tendências, distribuição regional dos trabalhos apresentados em GT ou programação científica na RBA, Anpocs, SBS, SBPC, CISO, REA e por associações nacionais específicas, como é o caso da ABEH; - Mapeamento e análise dos principais temas, distribuição regional, tempo de constituição e nível de envolvimento com a temática dos grupos de pesquisa cadastrados no Diretório de Grupos do CNPq; - Mapeamento de mecanismos formativos através da análise da incidência da temática da sexualidade nos Programas de Pós-Graduação; - Mapeamento de temas, distribuição regional e tendências no campo a partir da experiência da organização de eventos e periódicos científicos temáticos; - Análise do histórico e tendências no fomento à pesquisa na temática da sexualidade e de suas interfaces; - Análise das interfaces entre produção de conhecimento antropológico e as questões relacionadas a direitos.
Programação
Mesa-Redonda "Mapeamento de campo: mecanismos e estratégias formativas"
30/06/2012 - manhã
Cristina Donza (Programas de Pós-Graduação - UFPA), Regina Facchini (Grupos de pesquisa - Unicamp), Carmen Rial/Joana Pedro (Fazendo Gênero - UFSC), Suely Messeder (Enlaçando Sexualidades - UNEB), Fabiano Gontijo (CISO - UFPI), Laura Moutinho (USP), Carlos Guilherme Valle (REA - UFRN)
Mesa-Redonda "Organização e visibilização da sexualidade sob a perspectiva antropológica em associações científicas"
30/06/2012 - tarde
Adriana Piscitelli (ABA Sexualidade - Unicamp), Júlio Simões (Anpocs - USP), Maria Filomena Gregori (Anpocs - Unicamp), Luiz Mello (SBS - UFG), Antonio Cristian Saraiva Paiva (SBS - UFC), Peter Fry (SBPC - UFRJ), Leandro Colling (ABEH - UFBA), Daniela Knauth (Abrasco - UFRGS)
Mesa-Redonda "Publicações científicas: mercado editorial e tendências temáticas"
30/06/2012 - tarde
Miriam Grossi (Revista Estudos Feministas - UFSC), Iara Beleli (Cadernos Pagu - Unicamp), Alípio de Sousa Filho (Bagoas - UFRN), Sérgio Carrara (Sexualidad, Salud y Sociedad - UERJ)
Mesa-Redonda "A interface ente direitos, sexualidade e antropologia"
01/07/2012 - manhã
Claudia Fonseca (ABA Direitos Humanos - UFRGS), Lia Zanotta Machado (UNB), Guita Grin Debert (Unicamp), Jane Beltrão (UFPA), Maria Luiza Heilborn (CLAM-IMS-UERJ)